domingo, 13 de junho de 2010

Presos PMs suspeitos de tráfico de armas e execuções por dinheiro

10/06/2010 - A polícia potiguar prendeu ontem mais um grupo suspeito de envolvimento com assassinatos e com o tráfico de armas. Ao todo, 12 pessoas (nove homens e três mulheres) foram presas em Natal e em São Paulo do Potengi. As ações foram batizadas com expressões relativas à Copa do Mundo da África do Sul, que começa hoje.
A primeira, que investiga o tráfico e o comércio de armas e munições, foi denominada Laduma (expressão Zulu que pode significar "ficar famoso", "trovejar" ou mesmo "fazer barulho" e é usada pelos narradores de futebol da África do Sul depois do gol). A outra operação foi denominada Jabulani (o nome da bola que será usada no Mundial da Fifa).
Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão e outros 39 de busca e apreensão. Entre os presos há três policiais militares: os sargentos João Francisco Souza e Marinaldo Gomes de Oliveira, e o soldado Marcos Valério de Medeiros Dantas. Marinaldo é ex-comandante do Pelotão da Polícia Militar de Barcelona e foi preso com um fuzil 762, arma automática de uso exclusivo das Forças Armadas e que é um dos fuzis mais conhecidos, confiáveis e precisos do mundo.
Também foram presos Márcio Valério de Medeiros Dantas (irmão de Marcos Valério e suspeito de assassinatos); Everaldo Matias do Nascimento (já havia sido preso anteriormente com duas armas, já tentou fraudar um concurso da PM e é investigado por execuções); Marcicleide Pereira (mulher de Márcio e presa em flagrante por posse de munição); Jerliane Araújo (amante de Márcio autuada por ter feito um aborto ontem); Antônio Martins Filho (preso com dois revólveres); Weslei Breno de Araújo (vendia armas ilegalmente e recentemente passou no concurso de agente penitenciário do Estado); Francisca Cassimiro de Farias (presa com quase dois mil CDs piratas e uma grande quantidade de pólvora); e Simão Tássio Moura de Morais (suspeito de comercializar armas ilegalmente).
Com essas pessoas foram apreendidos: 15 revólveres, duas pistolas, duas espingardas calibre 12, uma espingarda calibre 32, um fuzil 762 e uma espingarda de soca. Também foram recolhidos meia tonelada de pólvora e milhares de cartuchos de munições de vários calibres que estavam escondidos em um paiol no bairro do Potengi, na zona Norte de Natal.
As investigações sobre o grupo foram iniciadas há oito meses. "Na verdade, a investigação não terminou ainda. Ela está apenas começando", falou o delegado Odilon Teodósio dos Santos Filho, que é titular da Delegacia de Narcóticos (DENARC), mas ficou responsável por comandar as ações. A Polícia Federal também auxiliou nas investigações, fazendo perícias em armas.
Ao todo, 240 policiais foram empregados nas ações. "A nossa primeira reunião foi às 2h. Foi quando dividimos as equipes (120 policiais militares e outros 120 civis) e designamos os policiais para São Paulo do Potengi e nos preparamos para agir em Natal", relatou Odilon Teodósio.
Um dos presos em São Paulo do Potengi - Weslei Breno de Araújo - reagiu à voz de prisão e trocou tiros com policiais militares. Ele foi baleado três vezes de raspão e teve de ser trazido para o pronto-socorro Clóvis Sarinho. Segundo as últimas informações repassadas pela polícia na tarde de ontem, Weslei não corre risco de morte.
Para o delegado Raimundo Rolim de Albuquerque Filho, chefe do Núcleo de Inteligência Policial (NIP), com as prisões de ontem a tendência é que caiam os registros de homicídios em Natal. "Daqui a duas semanas vocês vão ver que a quantidade de homicídios vai cair. Principalmente na zona Norte de Natal". O delegado disse também que vai apurar a quantidade de assassinatos pelos quais o grupo é responsável.

PM, por pouco, não foi solto em Mossoró
O sargento da Polícia Militar João Francisco de Souza, um dos acusados de integrar o grupo de extermínio que atuaria na região metropolitana de Natal, por pouco não foi liberado em Mossoró. Ele foi preso na cidade, conduzido para uma delegacia, mas o delegado titular recusou-se a fazer o flagrante e já ia liberá-lo, quando veio uma determinação da Secretaria de Segurança, mandado o PM para outra DP.
Ele foi preso em Mossoró pela Polícia Rodoviária Federal no dia 12 do mês passado com mais de 1000 munições de variados calibres, além de outros artefatos bélicos, como pólvora e espoleta. Na ocasião, ele estava acompanhado de outras pessoas, mas todos foram liberados e apenas ele foi autuado em flagrante por porte ilegal de munições, já que ele não seria autorizado a portar aquela grande quantidade de munição.
Em Mossoró, esse tipo de atuação é dividida em duas áreas distintas que compreendem a jurisdição da Primeira e Segunda Delegacia de Polícia Civil. Neste caso, o procedimento deveria ter sido realizado na Primeira DP, mas o então delegado titular, Antônio Caetano Baumann de Azevedo, que pouco depois disso foi transferido para Natal, recusou-se a prender o militar, alegando não haver situação para a realização de um flagrante.
A prisão do militar, segundo o delegado Denys Carvalho da Ponte, que é titular da Delegacia de Narcóticos (DENARC) de Mossoró e foi o responsável pelo seu flagrante, fazia parte dessa operação que foi deflagrada ontem em todo o Rio Grande do Norte.
Ele foi abordado pela PRF quando voltava de Mossoró para Natal com munições e vasto material bélico que seria distribuído. "Ele já vinha sendo investigado e a prisão dele não foi por acaso. Fazia parte desse trabalho de Inteligência que era feito em Natal", confirma o delegado, que participou da operação de ontem. Além dele, dessa região, foram os delegados Claiton Pinho, da DP de Apodi, e Cristiane Magalhães, da DP da Mulher.
Além do sargento da PM, havia outras pessoas no carro quando a PRF fez a abordagem, mas apenas o militar foi autuado porque assumiu a propriedade do material bélico. Além dele, estavam no carro outras pessoas que também seriam envolvidas no esquema.
"A gente sabia do envolvimento dos outros, mas não tinha como prender naquele dia", explica Denys Carvalho. (por Andrey Ricardo, do Jornal de Fato).

Quadrilha trocava armas com criminosos da Paraíba e Pernambuco
A quadrilha presa ontem em Natal e em São Paulo do Potengi também é acusada de permutar armas usadas em crimes com quadrilhas que atuam nos Estados da Paraíba e de Pernambuco. "Essa era uma forma de dificultar as investigações policiais. Por exemplo, uma arma usada em um assassinato aqui em Natal, poucos dias depois era repassada para outros criminosos nos Estados vizinhos ou então negociadas em feiras livres", explicou o delegado Raimundo Rolim.
O grupo também era responsável por carregar munições tanto para usar em crimes, quanto para revender a outras quadrilhas. "Isso pode ser comprovado com a meia tonelada de pólvora encontrada na zona Norte, vários artefatos e um carregador de munição", completou.

Casal também foi autuado por aborto
Os policiais que cumpriram o mandado de prisão expedido contra Márcio Valério de Medeiros Dantas foram surpreendidos com um aborto de uma amante dele, realizado na madrugada em um hospital da zona Norte de Natal. Márcio é casado com Marcicleide Pereira (presa em flagrante por posse de munição) e, segundo a polícia, tem um caso amoroso com Jerliane Araújo.
"Estávamos acompanhando os passos dele e vimos quando, de madrugada, ele foi com a amante para um hospital da zona Norte. Após eles entrarem, soubemos que ela já havia feito o aborto e que iria fazer uma curetagem. Esperamos o procedimento ser encerrado e demos voz de prisão na saída do hospital", disse Odilon Teodósio. Ele não soube informar se Marcicleide sabia do relacionamento extra-conjugal de Márcio com Jerliane.
FONTE - JORNAL DE FATO, EDTADO EM MOSSORÓ, EDIÇÃO DE 11/06/10

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